"De dia a dia mais se manifesta quão natural é o desenvolvimento, a fecundidade de pensamento, em uma imaginação de mulher.
Reconhece-se perfeitamente que o poder da época, d’esta época banhada pelas águas de uma fonte límpida, vivificadora, certamente trará um batismo de novas e sublimes ideias, verdadeiras antagonistas deste estacionário viver que aniquila as forças intelectuais e morais.
A mulher de hoje entusiasmada saúda a voz eletrizadora que acompanha o silvo das locomotivas, o transmitir dos telefones e telégrafos, e as viagens dos arrojados aviadores.
Graças aos dedicados adeptos do seu progredir. – Ela parece no suntuoso litígio dos nobres cometimentos; encara enlevada os largos caminhos das artes e industrias, compreendendo toda grandeza da prometedora marcha d’esse assombroso trem onde tremula a rubida bandeira do Progresso.
Não virá tarde a feliz era em que a mulher aprofundando as ciências, os vastos conhecimentos, ria do impossível, e possa ao lado do homem douto resolver os mais intrincados problemas e acompanhá-lo nos sérios e proveitosos estudos de gabinete.
Ela saberá mostrar que essa obscuridade em que a deixaram durante largo tempo não foi que um letargo em umbrosa selva, onde penetrando a luz de uma aurora de evolução, apontou-lhe todas as maravilhas que convivem com o saber.
A mulher caberá então uma apoteose levantada pela sociedade moderna; será a perfeita educadora do coração e do espírito, o manancial do lar doméstico.
Saudemos essa época bendita". (Revocata de Mello, Corymbo, setembro de 1938, p. 01,02)
Nenhum comentário:
Postar um comentário