segunda-feira, agosto 10, 2009
direto do baú, um texto de 2004
(Isabel, texto de 2004)
E foram virando água, virando lua, virando terra, virando árvores.
Plasmadas na espera, na paciência, no silêncio, na contemplação, na dor, na força e na gestação, as mulheres do sul são o outro lado, o contraponto, o complemento para a idéia do sul masculino, do gaúcho com seu cavalo.
Da mulher que espera, que fia, que silencia, que gera os homens.
Da mulher que respeita o destino.
Na luta, na guerra, assim como no tango, elas são o apoio e a espera .
Outra força.
Lágrimas do feminino a encharcar o frio.
Água que conduz.
Água da memória, água do feminino que se molda e perpassa os corpos.
Ventre.
Uma certa melancolia em aceitar o destino, compor sua sina e guardar a memória dos seus.
“Sempre está ventando quando coisas importantes acontecem”, diz Bibiana de Érico Veríssimo em O tempo e o Vento.
Memória da terra e memória da água.
Neblina.
Ânima.
umidade ao sul.
(foto: a alma perdida entre a musa e a pintura)
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