"Precisamos de uma estética do frio, pensei. Havia uma estética que parecia mesmo unificar os brasileiros, uma estética para a qual nós, do extremo sul, contribuíamos minimamente; havia uma idéia corrente de brasilidade que dizia muito pouco, nunca o fundamental de nós. Sentíamo-nos os mais diferentes em um país feito de diferenças. Mas como éramos? De que forma nos expressávamos mais completa e verdadeiramente? O escritor argentino Jorge Luís Borges, que está enterrado aqui em Genebra, escreveu: a arte deve ser como um espelho que nos revela a própria face. Apesar de nossas contrapartidas frias, ainda não fôramos capazes de engendrar uma estética do frio que revelasse a nossa própria face." Vitor Ramil, A Estética do Frio
Sei que não consola, nem diminue a sensação de ter ancorado instantaneamente no Polo Norte que nos traz esta massa de ar polar, mas o texto do Vitor Ramil traduz literariamente esta sensação.
E sempre acho que Ramilonga é a trilha sonora ideal para estes dias...
(a frase do titulo do post é uma fala incidental do primeiro disco do Vitor, Satolep)
Um comentário:
Oi, Isa!
Que lindo!
Adoro tudo o que ele escreve. Sinto tudo tão parecido... me identifico!
Dá uma olhadinha aqui:
http://roccana2.blogspot.com/2006/02/satolep.html
É tão bom encontrar pessoas com quem nos identificamos...
Obrigada!!
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