este é o texto do Fernando Pessoa que vai abrir o espetáculo.
na Sociedade Sigmund Freud.
Lembro-me de quando era criança
E via como hoje não posso ver
A manhã raiar sobre a cidade
Ela não raiava para mim, mas para a vida
Porque então eu, não sendo consciente
Eu era a vida.
Eu via a manhã e tinha alegria
Hoje eu vejo a manhã, tenho alegria e fico triste
Eu vejo como via
Mas por trás dos olhos
Vejo me vendo
E só com isso se obscurece o sol,
o verde das arvores é velho
e as flores murcham antes de aparecidas.
Fernando Pessoa (trecho do livro do desassossego)
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