(texto da ticcia, no mme. mean)
Eu acho mesmo que a disposição que a pessoa tem de lutar pelo que lhe faz feliz determina quem ela é, simples assim. Lutar pela felicidade não é fácil, muito antes pelo contrário. No mais das vezes, implica tomar o caminho mais difícil, abandonar o conforto do seguro e certo e decidir enfrentar obstáculos, situações imprevisíveis, críticas ferozes, repressão. Implica fazer escolhas, se posicionar, defender suas opções, lastreá-las nos valores que acreditamos e podemos defender, inclusos aí o valor do próprio desejo, da busca do que se quer a despeito das convenções, necessidades ou exigências alheias. Implica ser capaz de saber o que se quer e ter forças para tentar. Implica, também, é claro, acreditar que se é capaz de conseguir, ou obviamente jamais se trocaria o que se tem pela certeza de um insucesso, ou pelo acachapante terror de que isso aconteça. Portanto ser feliz depende de confiar em si mesmo, na sua capacidade, na sua força e na força do seu amor, do seu desejo, do seu querer. Parece óbvio, mas não é.
Portanto, que eu siga com a coragem de ser fiel a mim e ao que quero, que eu não perca nunca o discernimento do que me serve, do que é bom para mim, do que me sustenta e nutre, do que alimenta a minha alma, do que me faz bem, do que me ilumina e me eleva. Que eu jamais tenha medo de abdicar do conforto das certezas em nome do que eu acho que me fará feliz, ainda que eu saiba que esperam outra coisa de mim. Que eu jamais perca a fé em mim mesma, que a minha felicidade nunca tenha valor menor do que o contentamento alheio, nem que a responsabilidade, nem que o bom senso. Que eu não envelheça antes de estar velha, que eu não desista de viver o que quero, que eu jamais me arrependa de não ter tentado tudo, de todos os jeitos, inclusive os impensáveis, os inconseqüentes, os reprováveis e pouco recomendados. Que eu não me desculpe com a vida, que eu não despiste os meus sonhos, que eu jamais deixe de ter a consciência da efemeridade de tudo e todos. Que eu nunca precise me afundar no que quer que seja para me sentir menos frustrada porque minhas lacunas essenciais já são grandes e difíceis o suficiente. Que eu jamais escolha não amar: nem por medo, nem por pena, nem por covardia, nem por absolutamente nada nem ninguém.
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