confissões de borboleta II

não sou de reclamar.
não sei e nem gosto.
acho que a vida me trouxe sempre desafios, dificuldades, oportunidades, mas também as armas para enfrentar e bem aproveitar todas elas.
claro que sempre me exigiu trabalho, sair da comodidade onde porventura estivesse, e arregaçar as mangas e fazer por merecer o que quer que fosse.
sempre pensei que todas as coisas vieram a seu tempo, e que tive o que desejei, dentro do que sabia compreender no momento.
o que nao quer dizer que tenha tido e tenha ainda hoje uma vida facil e sem trabalho, muito pelo contrário!
o que observo, no mais das vezes, é que muitas pessoas acham que, por nao reclamar, vivo lépida e faceira.
tirando tudo de letra, sem me desgastar com nada.
o que nao é nem sombra da verdade.
me viro em mil, mato um leão por dia, assumo meus papeis de mãe, dona de casa, profissional, filha, mulher, amante, amiga, artista, escritora, blogueira, dançarina, leitora, poeta, tudo e mais um pouco.
me rasgo ao meio, me reinvento, renasço e não me aceito pela metade.
nunca achei que reduzir papéis ou atuar mais ou menos em algum deles fosse me facilitar a vida, porque justamente creio que a vida mesma cobra depois cada uma das coisas que a gente queria e abriu mão.
mas tambem não abro mão de ser otimista, de ser positiva, de achar que posso, que vai dar certo, mesmo sendo trabalhoso.
ainda que, por esta postura positiva tenha gente que ache que estou muito bem, que tiro de letra, que nao passo trabalho, que para mim tudo flui fácil.
mesmo não sendo bem assim.
e, no fim, o que percebo é que não dá para levar em conta a opinião dos outros, porque é e será sempre como a velha fábula do velho, o garoto, e o burro.
trocando em miúdos: quem sabe de mim sou eu.
para que conste.
(foto: ao de leve..., do site olhares
resumo: "Para não corar diante da sua vítima, o homem, que começou por feri-la, mata-a." - Honoré de Balzac)