quinta-feira, maio 21, 2009

dois minutos de tristeza


Vontade de gritar, de chorar, de dançar, de fugir.

De pintar o cabelo e as unhas de vermelho.

De deixar que outra pessoa se preocupe

Com pagar as contas, com fazer supermercado,

Com frutas por comprar e com as lâmpadas queimadas.

Esquecer que tem temas por fazer, horários por cumprir, prazos que terminam

E sempre alguém que precisa muito falar comigo.

Vontade de escrever qualquer coisa que quiser,

E que ninguém venha argumentar, opinar, manifestar,

perguntar o que eu quis dizer.

Saber que posso ficar sozinha por uns minutos, que posso sair para caminhar,

Fechar a porta e ouvir musica.

Roubar umas horas da minha semana e ir a um cinema.

Saber que sim, vai dar tempo para tudo o que quero fazer.

Mesmo que pareça que o tempo escapa.

Ficar um dia sem explicar nada para ninguém,

Sem pensar no que os outros estarão pensando.

Sem ligar para quem deveria.

Sem me importar que não aprovem o que eu faço.

Ganhar um colo, ganhar um carinho, um afago ,

um chocolate bem quente

e que alguém amado me acarinhe

e me diga baixinho que vai passar,

que logo, logo vai passar.

Vontade de chorar.

De chorar

E chorar mais um pouco.

Um mundo e muito tempo

Em quatro lágrimas.

E três revoltas.

Poucas, mas minhas, e suficientes.

(foto: o eclipse, do site olhares)

2 comentários:

Ana disse...

Nó na garganta...

Daqueles dias de chorar na frente do espelho e nem sei porquê...

Mas te entendo tanto, tanto...

HBemHumorado disse...

Que texto hein, Dna Isabel???

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