sexta-feira, abril 24, 2009

sobre aniversários

teve um dia que eu fiz quinze anos.
já tinha uma boa trajetória de uns sete anos como pianista (estudante de piano, na verdade),
ouvia muita música (muita e variada),
lia muito (contos, romances, biografias, mitologia, musica),
escrevia muito (poesia, diários, cartas, contos, histórias) e
tinha uma sensação falsa de quem já tinha vivido muito.
mas que eu achava que era verdadeira.
tinha uma sensação de angustia porque pensava que tinha muito mundo por conhecer, muita vida por apreender,
e que o tempo era pouco demais para tudo o que eu queria.
algumas amigas estavam fazendo festa, eu pedi para não ter festa, e ganhar de presente alguns livros e alguns discos.
(vinil, na época).
livros, lembro que foram "tudo que é sólido desmancha no ar", de marshall berman,
fernando pessoa,
clarice lispector,
drummond
e o manifesto surrealista, de andré breton.
(leitura leve...)
discos, tinham muitos, não vou lembrar de todos.
penso hoje como é que eu ouvia tanta coisa naquele tempo...
mas vou tentar lembrar:
tinha pat metheny, egberto gismonti, cama de gato, highlife, paco de lucia, elomar, mercedes sosa, caetano veloso,
tarancón, raíces de américa, ravi shankar, philip glass, laurie anderson, talking heads, beatles.
deviam ter outros, mas nao lembro.
gosto de fazer aniversário.
mas sempre fico assim, reflexiva.

4 comentários:

Ana disse...

Quando fiz 15 anos quis festinha com todos os meus amigos! Heheheh!
Coisa de leonina!!
Nada de reflexão, só reunião!
Sempre fui de juntar gente e de festejar!!
O bom é que agora eu constato, revendo as fotos daquele dia, que todos os meus melhores amigos, daquela época, continuam sendo os melhores amigos de agora!!
Boas lembranças... As tuas e as minhas!!
(Ainda me sinto a mesma menina, com muitos sonhos e alguns medos...)
Um beijo!!

Paulo disse...

Nessa época, eu com 20 anos, vivia o auge do movimento estudantil, cheio de ideais revolucionários e viagens pelo Brasil, disputando com "o sistema" cada cabeça juvenil. Dando meu tempo, neurônios, sangue, suor e amor, na luta pelo espaço democrático tão necessário à nossa plena expressão, era o final do parto deste tempo que vivemos. Muito Marx, Plekanov, Lênin, Trotsky, Gramsci, Che, Roberto Freire, Prestes, Vandré, Chico Buarque, Tropicália, Raul, Zé Celso, Nei Lisboa, Nelson Coelho de Castro, Mercedes Sosa, Ataualpa, Leon Gieco, Led, Pink, Bob (ou como o Pedro gosta, Bod) Dylan, Mayakovsky, Neruda, Allende, Bakunin, etc.
E nem sonhava que um ano depois, numa anarquia maravilhosa (graças a Deus!), conheceria a grande revolução, na prática como eu sempre quis, bem dentro do meu coração. Capaz de gerar dois maravilhosos milagres da humanidade, demonstrando a verdade da tese da revolução permanente!
E que até hoje me revoluciona, endurecendo, mas sem perder a ternura. Gracias Mina.

Jornalista Giana Cunha disse...

muitas felicidades tantas para mais essa primavera que se encerra ou começa... Beijos e tudo de bom!

Unknown disse...

Eu lembro desse dia! Fomos para fora, e eu e o pai voltamos para a cidade para buscar doces e presentes. Compramos "Olga" e um bonequinho do Chaplin. Fomos no Otto, onde fui apresentada para os pastéis de santa clara...
Te amo!

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