domingo, abril 12, 2009
menina de tranças
enquanto me olhava no espelho, ontem, na casa da minha mãe, sinto que uma mão alisa meus cabelos.
alisa, sente a textura, o comprimento, comenta como está longo, separa em duas partes e cada parte em outras três.
trabalha calmamente, enquanto conversa, as três partes de cabelo, e faz uma trança de cada lado.
segura a trança enquanto procura com o que atá-la, pega da cadeira ao lado uma boneca com cabelo de lã, puxa rapidamente um dos fios e amarra com destreza a trança.
faz o mesmo do outro lado.
percebo sua calma e habilidade maternais enquanto ajeita meus cabelos e observa o resultado de seu trabalho, de forma tão segura como se aquele carinho fosse realmente um presente saído de suas mãos.
me sento perto dela e observo como ela agora começa a arrumar o cabelo das suas duas filhas.
ajeita os fios, separa um pouco de cada lado, torce e prende com presilhas coloridas.
convence as pequenas a ficarem quietas enquanto as arruma, dizendo como estão ficando bonitas, e coloca presilhas cor-de-rosa na pequena, e verde e branca na maior.
seu olhar se enche de ternura enquanto observa as filhas se admirando no espelho da sala.
e, observando-as, fiquei feliz que ela me colocou entre suas meninas, me entrelaçou os cabelos com carinho e cuidado num gesto feito pela primeira vez mas que teve gosto de toda a vida.
passei todo o dia de tranças, até a hora de dormir.
ao longo do dia tive que refaze-las, porque se desmanchavam; mas era a ternura do gesto dela que eu queria conservar.
feliz de perceber que minha irmã, agora, tem mãos de mãe.
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