sexta-feira, novembro 28, 2008

a conquista do erro (liberdade!)


cena um: uma estreia.
fazer por primeira vez algo que nunca se fez.
desnudar um não saber-se.
e tentar, experimentar, errar antes de acertar um pouco.
depois, saber que não há problema em continuar errando, e continuar fazendo.
abrigar em si a estréia.

cena dois: o caos cotidiano.
como se fosse um compasso com uma subdivisão dificílima de acertar, e que ainda por cima é sincopado!
algo tipo:
agendar duas coisas para o mesmo horario,
atrasar para levar os filhos na escola,
esquecer a reunião,
fazer todas as compras e, no caixa, verificar que esqueceu a carteira,
deixar as coisas na bolsa que ficou em casa,
perder os prazos,
confundir as datas,
deixar tudo pra lá,
dar risada
e sair para tomar um café.


aceitar o erro, o caos, tem sido para mim uma enorme conquista.
melhor:
um presente que caiu no meu colo, e que adorei!
( eu, que pensava que era tão organizada...)
é claro que não é sempre, sempre um caos.
mas, lembram que há um tempo atrás eu já escrevi aqui que me sentia como um malabarista que tenta equilibrar laranjas, tendo duas na mão e uma no ar?
só que em vez de laranjas, sinto como se fossem...
sabonetes...
e molhados!
pois é...
minha estabilidade é relativa, tremendamente relativa, e perceber que isto gera um constante caos
que se instala mais frequentemente na minha vida do que eu imagino, é surpreendentemente libertador!
libertador porque eu realmente não vou controlar, não posso prever, não vou conseguir organizar, mas então vou...
curtir, fluir, desfrutar, me divertir, com muito, mas muito mais leveza do que nunca!


como o fugaz instante na dança no teatro, no ultimo domingo, quando eu e a Lucia fizemos um passo estranho à coreografia, saímos uma para cada lado.
nos olhamos por meio segundo, sorrimos e emendamos outra coisa, juntas, voltando à coreografia original.
não sei como, mas nos entendemos com o sorriso e com o olhar.
ninguém viu que erramos, mas o sorriso, o fluir e a solução imediata foram tão naturais que me deu uma sensação de...
nem sei!
liberdade, soltura, leveza...
alegria? desprendimento?
ah, sim!
de vida.

cena três:
um certo stress com o caos.
(que, afinal, a pessoa ainda não alcançou o nivel da iluminação zen...)
mas que tem acontecido cada vez menos.
(e que nem me lembro quando foi a ultima vez que aconteceu!)rimentar

Um comentário:

Ana disse...

Perfeito...

Texto lindo, reflexivo, cheio de aprendizado, de quem não passa pela vida impunemente...

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