quarta-feira, julho 05, 2006

amor e metáforas

Sempre fico emocionada ao presenciar ou acompanhar o nascimento de um romance.
Perceber que duas pessoas se encontraram, que a percepção de uma vai se abrindo ao ser/sentir do outro, que as almas vão se aproximando, que a urdidura das histórias vai se entrelaçando.
Nunca é um processo fácil, e largos são os caminhos do encontro.
Acabo de subir as escadas para buscar um livro que, lembro, refere isto.
Procuro o trecho e verifico que não precisava ter ido buscar o livro, mesmo que o tenha lido há treze anos atrás, o trecho que quero citar está exato na minha memória.
Tecido entre minhas lembranças.
“enquanto as pessoas são ainda mais ou menos jovens e a partitura de suas vidas está somente nos primeiros compassos, elas podem fazer juntas a composição e trocar os temas (como Tomas e Sabina haviam trocado o tema do chapéu coco), mas quando se encontram numa idade mais madura, suas partituras musicais estão mais ou menos terminadas e cada palavra, cada objeto, significa algo de diferente na partitura do outro.”
Milan Kundera – A Insustentável Leveza do Ser, pág. 94.
Acho uma belíssima metáfora do que realmente sempre acontece...
E um belo retrato poético da dificuldade do encontro...
Ainda sobre metáforas, em outro momento do livro, encontro:
“O amor começa por uma metáfora. Ou melhor: o amor começa no momento em que uma mulher se inscreve com uma palavra em nossa memória poética”. (Pág.210 da edição da Nova Fronteira)
Maravilhoso!

Um comentário:

Paulo disse...

Já faz mais de 20 anos que te inscreveste... continuas a única, pois creio que minha partitura está mais ou menos terminada... mas.... quem sabe uma releitura!!!!

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