sexta-feira, outubro 21, 2005

Memória da Melancolia I - Água da memória

E foram virando água, virando lua, virando terra, virando árvores.
Plasmadas na espera, na paciência, na luta silenciosa, na contemplação, na dor, na força e na gestação, as mulheres do Sul são o outro lado, o contraponto, o complemento para a idéia do sul masculino, do gaúcho com seu cavalo.
Da mulher que espera, que fia, que silencia, que gera os homens.
Da mulher que respeita o destino.

Na luta, na guerra, assim como no tango, elas são o apoio e a espera .
Outra força.
Lágrimas do feminino a encharcar o frio.
Água que tudo conduz.
Água da memória, água do feminino que se molda e perpassa os corpos.
Ventre.
Uma certa melancolia em aceitar o destino, compor sua sina e guardar a memória dos seus.
“Sempre está ventando quando coisas importantes acontecem”.
Memória da terra, memória do vento e da água.
Neblina.
Ânima.
Umidade ao sul.(Isabel, em Satolep, 2004)

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