domingo, junho 19, 2005

pablo neruda: humedad de alma

"veinte poemas de amor y una canción desesperada" se chama a série de poemas dos quais extraí os três poemas que, junto com outros de fernando pessoa e textos meus integram o espetáculo de música, teatro e poesia chamado "memória da melancolia", que estou preparando com igor simões e acevesmoreno piegaz. projeto acalentado e trabalhoso. refiro os elementos que compõe o feminino enquanto ânima, em suas particularidades e formas de interagir com o mundo. relações dos elementos da terra e da água na composição das mulheres do sul: ana terra de érico veríssimo e teiniaguá, salamanca do jarau de joão simões. ontem, lendo uma edição comentada dos vinte poemas de amor, obra que neruda escreveu aos vinte anos, as sincronicidades me surpreendem: neruda nasceu em 12 de julho de 1904, mesmo dia do meu irmão manuca. canceriano. os poemas tem como interlocutores expressivos a chuva e o vento ("sempre que acontece alguma coisa importante está ventando", reflexão que ana terra passa às mulheres da família). o eu lírico central está determinado por sentimentos de amor ao mundo e à mulher. um dos elementos possíveis do sucesso da obra é o fato de possuir uma expressão de sentimentos que calam fundo no que se pode chamar a realidade da mulher ou das mulheres cantadas: neruda define as duas mulheres presentes na obra como marisol e marisombra, uma expansiva (solar) e outra lunar (recolhida). neruda identifica a mulher com a terra e com toda a matéria, como elemento protetor de su desvalidez. uma mulher quase imaterial, que aparece em muitos poemas como silenciosa. melancólica e memorial.
Canção 5:
Para que tu me oigas
Mis palabras
Se adelgazan a veces
Como las huellas de las gaviotas en las playas.
(...)
Antes que tu poblaron la soledad que ocupas,
Y están acostumbradas más que tu a mi tristeza.
(...)

Um comentário:

Anônimo disse...

La humedad del alma y la luz de la luna...

la lluvia llora gotas de luces invisibles que se quedan en los vidrios... empañando la mirada... hay que mirar hacia adentro y ver la luz de la luna, cayendo como las notas de "claire de lune"... una tras otra... desde el cielo hacia tus memorias...
la nigredo de la melancolia oculta la plata lunar de los deseos, frente la imensidad de la mar de tu Ser, niña gigante, alma del mundo... felicidad de encuentros... listos para rellenar aun mas las memorias... humeda felicidad de entregarse la luz, de la madrugada a los primeros rayos del alba...

bonísimo tu blog !!!

añoro una charla con vino...

marcos

LinkWithin

Blog Widget by LinkWithin

Clube da Mafalda

Clube da Mafalda